Histria
Pinheiros ES
A denominao Pinheiros, que
deveria ser Pinheiro, no singular, oriunda de uma homenagem a um de seus
fundadores, Jos Pinheiro Gama. A sua rea territorial, constituda de 960
Km2, foi desmembrada do municpio de Conceio da Barra, situada no
extremo norte do Estado do Esprito Santo. O Municpio de Pinheiros teve
sua origem no sculo XX, com a explorao de madeira, em suas vastas e
densas matas. Os primeiros exploradores vieram de So Mateus, via
Itauninhas, por volta de 1940. Depois destes, ainda na mesma dcada vieram
os desbravadores, de Minas Gerais e da Bahia, via Nanuque, na poca
chamada de "Bueno". Muitos com o desejo de adquirir terras na regio, para
formarem fazendas. Os primeiros, se localizaram s margens do Crrego do
Sobrado, prximo divisa do municpio de Mucurici e deram origem a um
povoado que, inicialmente, se chamou "Capinado" e, mas tarde, se chamou
So Joo do Sobrado, cujo nome permanece at hoje e pertence ao municpio
de Pinheiros
O rancho tinha por finalidade proteger sacarias de farinha de mandioca e
outros produtos, enquanto se aguardava o transporte, em caminhes que
conduziam madeira, com destino a So Mateus. Neste mesmo rancho, os
moradores da regio recebiam produtos comprados em So Mateus e que de
igual forma vinham em caminhes, tais como querosene, acar, sal, sabo,
arame farpado e ferramentas de trabalho. Nessa poca, em So Mateus,
existia a Serrara Cacique, de propriedade de Osvaldo Shuber, que explorava
a extrao de madeira nas regies de Santo Antnio e do Jundi.
Para gerenciar a extrao de madeira, trabalhava para a Serraria Cacique,
Lousival Carvalho, que cuidava da abertura de picadas na mata, comandava
os homens que derrubavam rvores e cuidava do embarque dessa madeira para
So Mateus. Na equipe de Lousival Carvalho, trabalhava um cidado com o
nome de Jos Pinheiro Gama, que o ajudava em todos os servios, inclusive
na medio das toras e seleo da madeira.
Lousival Carvalho verificando que na regio do Jundi havia muitos
trabalha-dores no corte da madeira e alguns moradores, que formavam as
primeiras fazen-das, e sabendo das dificuldades destes para a compra de
alguns produtos, resolveu, ento, instalar nessa regio uma casa
comercial, conhecida pelos moradores como "venda". Para isso, construiu
uma casa rstica, feita de madeira, coberta de "tabuinhas" e localizada em
frente ao rancho j existente, s margens da estrada. Neste local, hoje,
existe um prdio comercial de propriedade de Milton Alves de Assis e que
se localiza Praa Governador Lacerda de Aguiar. Essa "venda" ou a
funcionar em meados de 1953 e, para trabalhar na mesma, Lousival Carvalho
contratou o Sr. Jos Pinheiro Gama, que em pouco tempo construiu uma
pequena casa de madeira nas proximidades, onde ou a residir com a sua
famlia. Nessa poca, as terras situadas s margens do Crrego da gua
Limpa, do Crrego da Gameleira, do Crrego do Veado, do Crrego Seco e do
Crrego da Palmeirinha, j possuam alguns moradores, que mesmo usando o
machado, desbravaram a regio, tais como Manoel Ribas, Vitor Ferreira de
Oliveira, Joaquim Ribas, Diolindo Campos, Ablio Meira, Marciano Rebouas,
Neucir Heringer, Pedro Ira-ba, Eugnio Valani, Adelino Camporez, Moacir
Caniporez e Antonio Brunelli. Ho-je, a comunidade Brunelli tem esse nome
em homenagem ao Sr. Antonio Brunelli e a Comunidade do Capito tem esse
nome em homenagem a Eugnio Valani, que era conhecido pelo codinome de
"Capito". Jos Pinheiro Gama, na poca, com 56 anos de idade, logo se
tornou conheci-do na regio e conquistou a amizade de todos. No mesmo ano,
alguns trabalhadores no corte de madeira construram algumas casas de
madeira nas proximidades da "venda" e a localidade ou a ser chamada "Comercinho
de Pinheiro". As terras da localidade pertenciam a Gerno Sterlim, que na
poca residia no sul do Estado do Esprito Santo.
Este, vendo prosperar o povoamento, com a chegada de mais trabalhadores,
resolveu, ento, doar um alqueire geomtrico de suas terras para a
construo de casas. Em pouco tempo formou-se um povoado, erguido na
abertura existente no meio da mata, cuja rea compreende, hoje, as
abrangentes Praa Governador Lacerda de Aguiar e ruas adjacentes. As
casas eram feitas de madeira e geralmente cobertas de "tabuinhas" ou mesmo
de palha de palmeira. S mesmo depois de 1954 que surgiram as primeiras
casas construdas de adobes. Em 30 de dezembro de 1955, o povoado foi
elevado categoria de Distrito do municpio de Conceio da Barra,
recebendo oficialmente o nome de "Barrinha-". Nesta poca, a Vila de "Barrinha"
j possua outras casas comerciais e disputava com So Joo do Sobrado a
preferncia do comrcio. Neste mesmo ano, a Vila de Barrinha recebeu a
visita do Pe. Jos Dalvit, vi-grio da Parquia de So Mateus, celebrando
a primeira missa ocorrida na localidade e que se realizou em um barraco
existente junto ao armazm de Lousival Carvalho e no qual ainda trabalhava
Jos Pinheiro Gama.
Foi tambm por volta de 1955 que chegaram os primeiros moradores
evanglicos e, nas suas prprias casas, aram a se reunir em cultos de
orao, fundando logo depois a primeira Igreja Batista. Augusto Ruschi,
hoje, conhecido mundialmente como cientista naturalista, nessa poca,
sendo agrimensor, por vrias vezes esteve na regio de "Barrinha",
realizando medio de terras e, inclusive, foi ele quem mediu a rea de
terra destinada para a implantao da Reserva Biolgica do Crrego do
Veado, at hoje existente.
Em 22 de abril de 1964, no Palcio Anchieta, na capital do Estado, em ato
solene, na presena de vrias autoridades e polticos de "Barrinha",
deu-se por instalado o municpio de Pinheiros, com a posse de Adelar
Xavier no cargo de prefeito provisrio. Desde ento, no dia 22 de abril de
cada ano, o povo pinheirense festeja essa data como aniversrio do
municpio."
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